A partir de 2026, o cenário tributário brasileiro entrará em uma nova fase com a implementação prática da Reforma Tributária. As mudanças ultrapassam a simples reorganização de impostos e introduzem um modelo de recolhimento direto na origem das transações. Essa nova dinâmica transforma a cadeia produtiva e estabelece um sistema de responsabilidade compartilhada, no qual empresas tornam-se corresponsáveis pela conformidade fiscal de seus fornecedores, criando um ambiente mais vigilante e interdependente.
Para Laércio Soto, CEO da RSM, sexta maior rede de auditoria do mundo, o país está diante de uma mudança estrutural no modo como empresas se organizam e competem. Ele afirma que esse momento representa um verdadeiro processo de seleção natural no mercado. As organizações que não se adaptarem rapidamente às exigências tecnológicas e operacionais serão naturalmente excluídas da competição. A metáfora ao Darwinismo empresarial reforça a urgência de modernização e transparência.
O executivo também chama atenção para o despreparo de parte significativa dos profissionais da contabilidade. Estimativas indicam que até metade dos contadores ainda não está pronta para lidar com o novo modelo. Isso pode resultar em falhas graves, como perda de créditos tributários, inconsistências no recolhimento e riscos legais. O cenário evidencia a necessidade de capacitação imediata e adoção de sistemas robustos de controle.
Por outro lado, a Reforma traz oportunidades relevantes. Soto destaca que o novo sistema deve impulsionar a digitalização de rotinas empresariais, favorecendo maior precisão e segurança. Controles internos mais eficientes e soluções tecnológicas permitirão que empresas ganhem competitividade e reduzam erros. A modernização deixa de ser uma vantagem e passa a ser uma condição básica de sobrevivência.
Nesse contexto, o papel estratégico das auditorias e consultorias especializadas, como a própria RSM, se torna ainda mais relevante. Com presença em 120 países e atuação integrada, a organização reforça seu compromisso em apoiar empresas no processo de adaptação. A nova lógica tributária exige visão de futuro, planejamento e urgência — e apenas as empresas que compreenderem isso estarão preparadas para prosperar.